sábado, 20 de fevereiro de 2010

QUE DEVEM FAZER OS PAIS?



Walkiria Assunção


Segundo G. P. da Silva, imaginamos um menino travêsso,"naturalmente travêsso", um guri que faz a sua travessura desassombradamente, sem requintes de maldades, é claro, sem astúcia ou sem qualquer outra forma que encubra o dolo da travessura. Que devem fazer os pais? Devem saber conduzir a travessura, devem também brincar com os filhos, aceitar a brincadeira como realidade séria e apenas corrigir os excessos da imaginação infantil com palavras carinhosamente convincentes e nunca através de frases de mau humor, bruscas ou agressivas.

Impedir, gritar, censurar, dar chineladas, castigar um garoto porque é travêsso, porque na sua travessura quebrou um objeto qualquer, é conduta deplorável. Devemos raciocinar que a vida para os garotinhos é um brinquedo. E justamente por isso, existem os bazares. Eles desejam brincar com umurso branco ou em carne e osso, como brincam com um urso branco de pano e palha. E, so por isso, é que existem nos bazares de brinquedos uma porção de ursos de palhas.

A travessura na infância faz parte da saúde do corpo e do espirito. Quantas vezes, quando nos sentimos muito contentes, temos vontade de brincar? Ora, ao reprimirmos a travessura de nossos filhos nada mais fazemos que transformar a travessura normal em travessura anormal. E, agfindo dessa forma, estamos contribuindo para que, mais tarde, eles tenham um caráter facetado de prevenções ou de certas fraquezas diante da vida.

A psicológia da criança travêssa. Primeiramente, a travessura natural, depois a travessura viciada, se os que cuidam ou lidam com a primeira infância a pertubam, ao invés de conduzi-la com inteligência e habilidade.

Podemos concluir que esses aspctos psicológicos da vida da criança não são teóricos. Ao contrário, surgem com a experiência, com a observação cotidiana da vida.

CRIANÇAS TRAVÊSSAS - CRIANÇA AGITADA













Walkiria Assunção
Segundo G. P. da Silva, a alegria é uma forma de saúde. Ja tivemos ocasião de dizer que uma criança que goza de saúde está sempre contente consigo mesma. Salta, brinca, pula e procura o prazer por qualquer meio, de qualquer maneira, sob qualquer pretexto. Nada mais lhe interessa na vida, senão brincar. A criança travêssa é bem diferente da criança triste ou quieta, sonsa ou impassível.
Uma criança travêssa, entretanto, pode ser sonsa, ter até mesmo ares de criança quieta, escondendo-se, assim, por detrás da astúcia. É esta uma forma de travessura, mas de uma travessura tramada na sombra. Os meninos que procedem dessa maneira, imaginam, arquitentam planos, concebem as mais incríveis peraltices, mas aparecem sempre como se fossem muito bonzinhos diante dos pais. Vivem das travessuras através dos outros. Roubam a sardinha com a mão do gato. Feito o plano de uma brincadeira(comumente de mau gosto), o imaginoso sonso, o astucioso travêsso, vai, então, assistir à sua própria peça. Não a interpreta. Deixa que os outros meninos a representam. Mas é o que mais se empolga com a mesma. O travêsso poupa as suas emoções. Quer agir sem sofrer. Tem qualquer coisa dos sádicos. Não é bom, nem mau.

Havemos, contudo de separar desses grupos infantil os perversos. Nas crianças perversas, a travessuras se encobre sob a forma indisfarçável da malvadez. As crianças tornam-se então ruins, com requintes de grande perversidade, de uma pereversidade quase sempre covarde, porque procuram maltratar, de preferência, os sêres indefesos, ou mesmo aqueles aos quais podem dominar facilmente. Quase sempre são vítimas desse tipo infantil os animais domésticos, os passarinhos e os próprios companheiros mais fracos e novos do grupo.
CRIANÇA AGITADA

Ao contrario da criança perversa, há a criança agitada, que também faz parte do grupo das crianças travêssas, mas que não lança mão da maldade e, menos ainda, da perversidade, nas brincadeiras de todos os dias. Os meninos agitados são alegres e naturalmente travêssos. Mas o que os caracteriza é a irritabilidade. Por qualquer motivo(e até mesmo sem motivo aparente) torna-se essas crianças irritadas, de mau humor, agressivas, quando ainda há pouco se apresentavam satisfeitas e bem humoradas. Se estão num jogo esportivo, numa palestra animada, ou brincando com os companheiros de colégio no recreio, fecham de repente a fisionomia e abandonam, num gesto brusco, os outros meninos:"Eu não brinco mais!" Não raro, soltam um daqueles nomes que aprendem antes de saber soletrar a cartilha.

De todas as modalidades, porém, aqui apontadas, são as crianças, naturalmente travêssas, as que encantam a vida infantil. Ao contrário das agitadas, das sonsas, das astuciosas ou das perversas, as crianças travêssasa que caracterizam esse tipo psicológico, através da alegria de viver, da simples procura do prazer, da travessura sem premeditação, não devem ser pertubadas pelos pais.

Impedir a travessura natural dos filhos é colaborar para que eles se tornem apáticos e doentes. Hvemos de concluir sempre que a travessura é pr´pria da infância e que todas as outras modalidades travêssas, aqui apontadas, são decorrentes da educação mal orientada.